Liderar uma Comunidade
Adotar o conceito de cooperativa eleva a sua liderança a um nível especial.
Esta palavra é muito incrível e já indica que, naquele lugar, as pessoas cooperam umas com as outras, têm esse senso de ajudar. Pode até existir um presidente nessa cooperativa, mas não faltaram valores de colaboração e união para fazer a coisa acontecer.
O seu sucesso está diretamente relacionado com a sua equipa.
Acredito tanto nisto que fomentei a prática na minha equipa, e quero fomentar em mais empreendedores, para que implantem essa cultura. Muitos deles perguntam como consigo ter uma equipa tão engajada e comprometida.
Começo por dizer que o Grupo Living Tours não é só do Rui Terroso. Aliás quem me conhece nunca me ouve falar na primeira pessoa, eu falo sempre no nós Living, o nosso grupo de pessoas que fazem acontecer, por isso a Living Tours é também dessas pessoas, que mantém o negócio como um organismo vivo. Hoje fala-se muito em colaboradores com “sentimento de dono” nós fazemos isso desde sempre. Mais que colaboradores procuramos parceiros de negócio.
Ou seja, existe o Rui Terroso e existe uma grande comunidade que vive em comum o negócio, de várias maneiras. A cooperação que temos na Living Tours faz de nós mais do que uma empresa. Nós criamos esta história, porque, de facto ninguém constrói nada sozinho. Muitas pessoas me ajudaram a chegar a onde estou.
Digo sempre que faço parte deste coletivo, trazendo-o cada vez mais “para o jogo” do atendimento e recebimento dos nossos convidados com carinho, das inovações, das vendas, do encantamento dos convidados, dos alertas para problemas (que nos juntamos para resolver) e das celebrações pelas conquistas.
Vários colaboradores que trabalham na Living Tours dizem: “Aqui, não sou um crachá” e “Vim de um lugar em que era tudo eu, eu, eu e toda a gente contra mim, e aqui quando preciso, todos me ajudam”.
O carinho e o respeito que temos com os nossos colaboradores é de verdade.
Sem dizer que não tolhemos a personalidade de cada um, damos liberdade para serem da forma que são. E quando se respeita a individualidade, se dá liberdade de expressão verbal, corporal, cultural, é impressionante como essa pessoa entrega o dobro e trabalha mais feliz e em paz consigo mesma.
Não é por acaso, os maiores elogios que recebemos são pelas nossas equipas de atendimento, acolhimento e Tour Experts que recebem os nossos convidados como ninguém nos destinos. Fico feliz, porque sempre foi o meu objetivo que cada um pudesse ser quem é, cortar o cabelo como quer, expor as suas tatuagens, mostrando o que mais importa: o seu trabalho. E é interessante como isso atrai o público e os parceiros e gera empatia com eles atualmente também.
Para mim, a maior das qualificações de um profissional é o brilho nos olhos ao fazer determinado projeto ou tarefa.
Mas não se consegue implantar essa gestão de cooperação, sem que o exemplo venha de cima, da liderança. Se, se ficar só pelo discurso é frágil, não convence, se ficar encastelado numa sala, inacessível, já era. Para ser uma fortaleza, tem de se construir esta gestão nos detalhes. Por exemplo, nas nossas celebrações, quero sempre que o máximo de pessoas venham ao palco, desde diretores, tour experts, destination experts, todos possam subir ao palco, darem o seu feedback, darem o seu recado e sejam aplaudidos. Cada um sente um verdadeiro sentimento de pertença: “Pertenço a tudo isto”, “Faço parte desta história”.
Qualquer negócio sobrevive a crises económicas, a problemas de liquidez e afins. Nenhum negócio sobrevive ao desencanto das pessoas, colaboradores e clientes. Só para relembrar à data da fundação da Living Tours os operadores existentes nessa época e nos dias de hoje, talvez não serão mais do que 10 a 15% de sobreviventes. O restante morreu ou encolheu, muito por causa dessa questão da equipa.
A minha sala tem porta, mas fica aberta para trás sempre, e quando lá estou, fica o dia todo um entra e sai para falar comigo. E falamos. Acho essencial ser um gestor acessível, quando solicitado, tento me aproximar da equipa ao máximo, porque dessa fonte saem as melhores soluções e demais contribuições para o resultado.
Às vezes, dói um pouco escutar tudo o que o pessoal que está com a mão na massa traz no dia a dia, mas deixar os canais abertos para absorver a realidade do negócio decide o futuro.
Não tenho dados para afirmar que as várias hierarquias e “castas” de lideranças estão a desaparecer cada vez mais, mas percebo que as novas gerações procuram proximidade. E muitos líderes não estão a saber lidar com o cenário, porque essa gestão mais horizontal e colaborativa é algo novo. Para mim, sempre foi algo natural falar com todos, ouvir geral, estar no dia a dia realmente disponível e acessível para qualquer um da equipa.
Quero incentivar as pessoas e as empresas a exercitarem uma relação entre líder e liderados de trocas e de parceria, não de controle opressor. Vale a pena circular pela empresa, caminhar até às áreas, fazer reunião em diversos setores, visitar lojas constantemente, visitar as várias áreas de negócio da empresa, acompanhar tours e sobretudo escutar as pessoas.
Num dia normal na Living Tours, vou até ás áreas, entro nas varias salas, falo com as pessoas, vou pessoa a pessoa pelos vários departamentos da empresa, cumprimento um a um, pergunto se está tudo bem, como vão, mostro a minha cara, circulo geral tal como qualquer outro colaborador, e percebo o que estão a fazer, a criar, a desenvolver, a orçamentar, a responder, enfim é super construtivo e aprendo todos os dias com quem está no terreno a dar a cara pelo grupo Living Tours, nas várias frentes do negócio.
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